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SAINDO DA SEPULTURA

  • Foto do escritor: O Meu Secreto
    O Meu Secreto
  • 25 de fev. de 2019
  • 3 min de leitura




Toda vez que leio o trecho do capítulo 37 do livro de Ezequiel que relata a visão de um vale de ossos secos, sempre tenho a impressão de que Deus quer me mostrar a cada dia o quanto preciso ouvir a sua voz para não morrer espiritualmente.


O processo que leva à morte espiritual não é imediato. Aos poucos, o cristão vai perdendo uma coisinha aqui, outra ali, que de início não parece ser nada demais.


Perder um culto, deixar de orar, faltar aos compromissos da Igreja, não ler a Bíblia com tanta frequência, perder a fé e esquecer de agradecer as bênçãos do Pai Celestial, são alguns dos muitos exemplos de atitudes preciosas que deixamos cair ao relento.


Enquanto perdemos os momentos que poderíamos estar na presença de Deus, aos poucos também perdemos alguns dos nossos sentidos espiritualmente falando. Nossa sensibilidade espiritual se esvai com o tempo. Passamos a ficar surdos; não conseguimos mais ouvir a voz de Deus com aquela frequência a que estávamos acostumados.


A voz que era semelhante à voz de muitas águas, perde espaço e vai se tornando apenas um sussurro distante até que o silêncio impera. E vou lhe dizer: tem momentos que o silêncio de Deus é a pior punição que pode existir. Não porque Ele é insensível; mas porque nós fazemos questão que deixá-lo de lado.


Quando morremos espiritualmente nos tornamos cegos. Não enxergamos mais as bênçãos que Deus tinha preparado para nós; as visões que antigamente eram tão claras e nítidas ficam embaçadas ao ponto de se tornarem um borrão.


Depois disso, a escuridão chega e não vemos um palmo diante do nariz. Não conseguimos mais firmar os passos em um caminho seguro, já que não vemos. A probabilidade de despencar em um abismo é absurdamente alta.


Sentir sua presença já não é mais algo corriqueiro quando estamos nesse estado de prostração espiritual. É como você ir à Igreja, sentar em um dos bancos, ouvir os louvores e a pregação, mas mesmo com todos esses fatores você não sente nada. Sai do culto do mesmo jeito ou até pior do que quando entrou.


Você se sente um peixe fora d’água constatando que todos estão recebendo a Palavra e glorificando, e adorando a Deus genuinamente, enquanto você tem a impressão de estar em uma sala de um consultório de um médico esperando para ser atendido. Não sente nada de bom, além de irritação e tédio.


Deus nos compara a mortos porque realmente é isso que acontece: quando já não se está perto o suficiente da fonte de toda a vida, o indivíduo “morre”.


Já não fala com propriedade e autoridade; não consegue abrir os olhos para ver a luz do mundo; não escuta quem está ao seu redor; não tem forças para se levantar do chão; não há mais fôlego de vida.


O próximo passo é entrar em estágio de putrefação. Os dias vão passando sem misericórdia e aquele cristão vai perdendo sua essência: sua carne, músculos, tendões vão se desfazendo a ponto de só restar os seus ossos. Ossos secos... Ossos jogados em um vale e expostos a toda e qualquer interferência daquele lugar sujo e abandonado.


Não é vergonhoso admitir quando você se encontra nesse estágio. Acho que uma das maiores virtudes do ser humano é quando ele é sincero consigo mesmo e consegue enxergar suas falhas.


Vergonhoso é você continuar achando que está tudo bem e fazer de tudo para que todos acreditem nisso, com receio de mostrar sua vulnerabilidade ou com medo dos julgamentos.


Nada está perdido que Deus não possa restaurar. O capítulo 37 de Ezequiel retrata de forma esclarecedora tudo isso. Por mais que aquela nação de Israel fosse comparada a um amontoado de ossos secos, Deus sempre estava disposto a dar fôlego de vida para aqueles mortos.


Aquele fôlego de vida que muitas vezes as pessoas já não acreditam que você possa receber, o Senhor tem de sobra para lhe dar... E aquele homem que estava deteriorado, quando recebe o Espírito, começa a ser construído de volta.


Novos músculos, novos tecidos, novos tendões, novo corpo. Porque Deus trabalha com o “inexplicável”: faz do nada o tudo e daquele que estava sem esperança, homem de fé com direito a sonhar.


Ainda hoje, saia da sepultura que você mesmo se enterrou... e VIVA...


Pelo menos desta vez, escute a voz de Deus falando: “Ossos secos, ouvi a Palavra do Senhor”


AUTORA: Júlia Celeste

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