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ABANDONO - A DOR DA AUSÊNCIA

  • Foto do escritor: O Meu Secreto
    O Meu Secreto
  • 30 de out. de 2018
  • 3 min de leitura


Já se sentiu como parte integrante de uma família considerada incompleta por todos? Conviveu com a rejeição e indiferença do seu pai, ou da sua mãe, ou quem sabe de ambos?

Precisou sentir na pele o que é passar a vida inteira com a ausência de um deles?

Era visto de outra maneira pelas outras pessoas?


Seja bem-vindo a esse texto.


Até o determinado momento que ninguém se pronuncia sobre o pai ou a mãe ausente, não temos ideia do quanto precisamos de um deles. Até que a verdade vem à tona e começamos a perguntar. Começamos a ver nosso coração como se fosse um lugar cheio de prateleiras, onde cada nicho ali deve ser preenchido. E acabamos de saber que um nicho da estante principal está vazio.


Provavelmente, a primeira vez que você conheceu o que é ser abandonado por quem lhe deu a vida deve ter sido na infância. Por motivos diversos, seja por puro egoísmo, falta de amor, ou até mesmo por razões de força maior, seu pai não lhe assumiu e não teve contato com você. Provavelmente a sua mãe gentilmente te chamou para perto, falou a verdade, quem sabe te afirmando com toda a convicção que você era muito amado e que nada lhe faltaria.


Naquele momento, talvez, você não se deu conta da real dimensão do que isso ocasionaria na sua vida, mas como via seus coleguinhas com uma família “completa”, achasse que precisava dele ali, bem pertinho de você para saber qual era a sensação. Isso serve também para a situação inversa, no caso de uma mãe que abandona.


Parece que na escola, entre vizinhos e com pessoas fora do seu convívio familiar a situação torna-se constrangedora. As pessoas lhe perguntam sobre ele(a), sobre o que aconteceu, se você tem contato ainda. O filho não é culpado de nada, mas mesmo assim você sente vergonha, acha que é indigno de receber coisas boas desta vida. Dia dos Pais ou das Mães são as datas mais difíceis, porque todos na sala de aula do primário olham pra você e a professora tenta te consolar com uma frase do tipo: “Entregue este presente para o seu vovô(ó)”. Na adolescência continua aquela sensação de ser incompleto, ou de um lobo que foi deixado para trás pela matilha. Você começa a tirar todos os seus documentos para exercer sua cidadania e até nessa hora, a vida tenta lhe alfinetar mostrando que você não terá o nome de um dos seus genitores ali.


Naquele momento surge uma profunda rejeição e as pessoas só querem sentir pena da sua situação... E você ainda não consegue enxergar o óbvio: você é completo; seus nichos do coração já estão cheios.


E vai crescendo talvez com aquela mágoa, raiva e revolta por tanta indiferença, maldade e covardia que foram responsáveis por seu abandono, de forma que, no final das contas, se você não aprender a passar por essa dificuldade e se libertar desses sentimentos, acaba criando uma raiz de amargura dentro de si.


A partir da detecção de como realmente você se sente em relação a esse assunto em sua vida, você pode escolher entre continuar convivendo com dores, esquecendo-se de quem sempre esteve ao seu redor cuidando de você, ou andar sem o peso dessa angústia, aprender a perdoar e a valorizar ainda mais quem sempre estendeu a mão para você; para seus familiares que ficaram contigo no seu barco que estava naufragando.


No final de tudo, perceberá que alimentar esses sentimentos ruins só farão mal para você e mais ninguém.

Perceberá também que em muitos momentos nem sentirá tanta falta assim de quem te abandonou, afinal, como sentir falta de alguém que nunca esteve em sua vida? Perceberá que sua mãe, ou até seus avós (se for o caso) te supriram com um amor tão grande que é impossível se sentir vazio. O mesmo serve para a situação inversa. Você deve se sentir grato porque eles estavam ali, ao seu lado, porque o amor nada mais é do que um cuidado continuado, uma convivência constante sem ser forçada.


Talvez você ainda não tenha tido a oportunidade da reconciliação, mas se o fatídico encontro já aconteceu, espero que tenha perdoado o seu pai ou a sua mãe. Afinal, quando liberamos o perdão genuíno, quem recebe o alívio e o fortalecimento somos nós mesmos.


Se alguém te abandonou no começo do caminho, não se abandone no final da trajetória. Não se sabote e nem se vitimize. Você é muito mais do que pensa que é e nunca esteve sozinho. O próprio Deus fala que mesmo se uma mãe esquecer do seu filho, Ele nunca se esquecerá de nós.


Somos espadas prontas para atuar nas batalhas da vida.

Você que era aço sem forma, passou por altas temperaturas, foi prensado, sofreu pancadas, marteladas, polimento, até chegar naquilo que você precisa ser: espada forte (superação), polida (sem remorsos) e afiada (preparado para cumprir a sua missão no mundo).

Autora: Júlia Celeste


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